Cantor entrou com pedido de guarda unilateral do filho Léo, de cinco anos. Avó materna e mãe da cantora, Dona Ruth, diz ter sido surpreendida e contesta alegações. Caso corre em sigilo e divide opiniões nas redes.

O cantor Murilo Huff, 29, entrou com um pedido judicial de guarda unilateral do filho Léo, de cinco anos, fruto de seu relacionamento com Marília Mendonça, morta em novembro de 2021 em um acidente aéreo. A ação, registrada na Vara da Infância e Juventude de Goiânia, corre sob segredo de Justiça, mas ganhou repercussão nacional após manifestações públicas do artista e de Dona Ruth Moreira, mãe da cantora e avó materna da criança.

Desde a morte de Marília, Léo vinha sendo criado sob guarda informal compartilhada entre o pai e a avó. A mudança de cenário, com a judicialização do caso, expôs um conflito até então restrito ao ambiente familiar e reacendeu nas redes sociais debates sobre direitos parentais, pensão e a preservação da memória da artista.

Pedido de guarda unilateral

A ação movida por Murilo foi revelada em 11 de junho por colunistas de entretenimento e confirmada dias depois pelo próprio cantor, que se pronunciou em vídeo publicado nas redes sociais. Segundo ele, a iniciativa não foi motivada por disputa ou retaliação, mas por um desejo de exercer integralmente a paternidade, com a alegação de que o filho precisa de “um ambiente seguro, estável e de rotina clara”.

“Não fiz isso por impulso. Tomei essa decisão após refletir muito, por amor ao meu filho. A vida dele é o que mais importa. Estou apenas tentando garantir que ele tenha tudo o que precisa”, declarou Huff, afirmando ainda que sua agenda foi reorganizada para priorizar a convivência com Léo.

Murilo também negou que esteja tentando afastar o filho da convivência com a avó materna. “Não quero, de forma alguma, impedir que ele tenha contato com a família da mãe. Isso nunca esteve em questão”, completou.

Reação de Dona Ruth

Dona Ruth respondeu com um vídeo emocionado no qual diz ter sido surpreendida pela ação. “Fui pega de surpresa. Estou muito triste. Só Deus sabe o que estou sentindo”, disse. Ela afirma que sempre cuidou de Léo com amor e dedicação e nega que houvesse qualquer necessidade de judicialização da guarda.

Em tom firme, também rebateu críticas sobre a gestão do patrimônio do neto. “Todo o dinheiro que era da Marília está guardado para o Léo. Eu não tirei um centavo. Tudo está sendo cuidado com responsabilidade”, afirmou.

Em outro ponto do vídeo, Dona Ruth disse que o menino “nunca recebeu um centavo de pensão do pai”. A declaração provocou reações imediatas.

Murilo divulga gastos com o filho

Diante da fala de Dona Ruth, Murilo Huff publicou comprovantes de pagamento e detalhou os custos mensais que afirma manter com o filho. Entre as despesas listadas, estão:

• R$ 2.600 de mensalidade escolar;

• R$ 2.800 com psicóloga;

• R$ 1.200 com plano de saúde;

• R$ 5.000 com babá e enfermeira;

• R$ 4.000 com medicação e tratamento de diabetes.

“Desde o primeiro mês após o falecimento da Marília, eu pago essas despesas. Quem convive comigo sabe. Nunca deixei de cumprir com minha responsabilidade de pai”, afirmou o cantor.

Disputa nas redes

O conflito mobilizou as redes sociais e dividiu a opinião pública. Muitos fãs da cantora saíram em defesa de Dona Ruth, destacando sua presença constante na vida do neto e o vínculo emocional construído desde a perda da filha. Outros, porém, apoiaram a decisão de Murilo, argumentando que o pai tem o direito — e o dever — de estar à frente da criação do filho.

A exposição de documentos, gastos e declarações também gerou críticas sobre a publicização de um processo que envolve uma criança. Apesar da movimentação nas redes, ambas as partes afirmaram que confiam na Justiça e desejam o melhor para Léo.

O que dizem especialistas

Para especialistas em direito de família, pedidos de guarda unilateral são analisados com base em critérios objetivos como estabilidade emocional, convivência, vínculo afetivo e rotina da criança. “A guarda unilateral não é a regra, mas pode ser concedida em situações em que uma das partes comprova que é a mais capacitada para atender integralmente às necessidades da criança”, explica a advogada Fernanda Salomão.

Como o processo está sob sigilo, não é possível saber quais argumentos ou provas foram apresentados por Murilo à Justiça. Em geral, nesses casos, assistentes sociais e psicólogos são acionados para elaborar relatórios que auxiliam o juiz na decisão.

Próximos passos

O processo ainda não teve decisão. Nos bastidores, há relatos de que pessoas próximas tentam mediar uma reaproximação, mas o clima entre as famílias está estremecido. A Justiça poderá determinar a manutenção da guarda compartilhada, conceder a guarda a uma das partes ou determinar medidas intermediárias, como avaliação técnica e escuta especializada da criança.

Enquanto isso, Léo continua sendo cuidado por ambos os lados da família, mas sob uma atmosfera de tensão que deverá persistir até a conclusão do processo.